Educação
Greve geral é aprovada pelo Cpers-Sindicato
Professores e funcionários de escolas decidiram cruzar os braços a partir do dia 15 deste mês durante assembleia realizada em Porto Alegre nesta quarta-feira
Atualizada às 19h05
Os professores estaduais confirmaram na tarde desta quarta-feira (8) a tendência verificada nos encontros regionais de entrar em greve a partir do dia 15 deste mês. A decisão foi homologada durante Assembleia Geral da categoria, em Porto Alegre.
O início do movimento coincide com a greve geral convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), prevista para a mesma data. "É um movimento nacional, por tempo indeterminado", afirmou o diretor-geral do 24º núcleo do Cpers, que engloba Pelotas e municípios da região, Mauro Amaral.
A pauta de reinvindicações do magistério gaúcho é extensa. Começa por discussões em âmbito estadual, como o fim do parcelamento de salários dos funcionários e o pagamento do piso nacional da categoria, a medidas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB), como as reformas da Previdência e trabalhista, além da mudança do Ensino Médio. Amaral acrescenta que a partir desta quinta-feira serão feitas visitas às escolas da rede a fim de intensificar a adesão ao movimento grevista e turbinar os protestos. O primeiro grande ato será no dia 15, em Porto Alegre.
Até a próxima terça-feira os professores de cada escola se reunirão para decidir se apoiam ou não a paralisação. Na Escola Estadual Pedro Osório uma posição deverá ser tomada até sexta-feira. Já no Monsenhor Queiroz, Assis Brasil e Cassiano do Nascimento, os professores só irão discutir a situação semana que vem. A 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ªCRE) informou que a partir desta sexta-feira iniciará os contatos com os educandários na tentativa de listar quem irá aderir à greve. Se o movimento tiver apoio integral da categoria, somente em Pelotas 25 mil estudantes de 54 escolas ficarão sem aulas.
Críticas da comunidade escolar
A notícia surpreendeu a cozinheira Nara Regina Dias, 47, que buscava o filho em seu primeiro dia de aula na Assis Brasil. Ela entende a situação dos professores, mas disse que é uma falta de consideração com os alunos. "Mais um ano em casa. O que ele vai aprender?" questionou ela, que disse não ter condições de pagar alguém para cuidar do filho durante o dia, nem cogitar a mudança para uma escola privada. "É inacreditável!", completou Mari Terezinha Dias, que acompanhava a irmã e compartilhava a inconformidade quanto à decisão do magistério. O estudante da 8ª série, Bruno Barbosa, também não gostou da notícia. Aluno do Colégio Cassiano do Nascimento, e com um irmão mais novo no Assis Brasil, ele passou pela greve do ano passado e disse que faltou ritmo para retomar os estudos. "Vai ser o mesmo problema", finalizou.
O que disse o Estado
O governo do Estado divulgou nota na qual fez um apelo para que os professores continuem na sala de aula, em respeito aos alunos que voltaram às escolas nessa semana. O governo lembrou ainda que um completivo ao piso salarial foi pago mesmo em meio à crise dos cofre públicos.
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